VII Reunião de Imunodeficiências Primárias

A VII Reunião de Imunodeficiências Primárias, cuja organização coube à Sociedade Portuguesa de Imunologia e ao Grupo Português de Imunodeficências Primárias (GPIP), decorreu no Porto no dia 26 de fevereiro de 2016, com ilustres oradores e moderadores. A edição deste ano foi subordinada ao tema “Para além da infeção: autoimunidade, inflamação e diagnóstico neonatal”.

A manhã foi dedicada à “Inflamação e Imunodeficiências Primárias” e à “Autoimunidade e as Imunodeficiências Primárias”. O Prof. Dr. António Coutinho abordou o tema “Tolerância Imunológica” e apelou aos jovens estudantes que sigam a área da Investigação, uma área fascinante que a todos beneficia, principalmente aos pacientes. A Dra. Susana Silva mostrou que a “Autoimunidade como manifestação de Imunodeficiência” é um assunto bastante complexo e que o atraso no diagnóstico leva muitas vezes à morte, principalmente nos casos com SCID.

Durante a tarde falou-se largamente da “Imunodeficiência Combinada Grave”. O que acontece em Portugal foi apresentado pela Dra. Isabel Esteves, que referiu, que no nosso país, a taxa de sobrevivência dos casos com SCID é de 40%… Tudo seria diferente se o diagnóstico acontecesse antes dos 3 meses de idade. O Dr. Oleg Neth falou do caso dos E.U.A. em que a taxa de sobrevivência é de 93%, graças ao rastreio neonatal existente.

Ainda houve tempo para a Prof. Dra. Laura Vilarinho aprofundar o “Rastreio Neonatal de SCID em Portugal”, começando por apresentar a extrema importância do diagnóstico precoce. O processo que leva a que uma doença rara seja acrescentada ao rastreio neonatal respeita um conjunto de critérios cujos procedimentos são complexos e demorados, os custos são outro fator a ponderar.

Esta iniciativa foi extremamente enriquecedora para a APDIP que pode estar presente através do Presidente da Direção, Ricardo Pereira. A IPOPI (International Patient Organisation for Primary Immunodeficiencies) também marcou presença, tendo havido um compromisso por parte de todos os participantes para que o rastreio neonatal do SCID seja uma realidade.